Todos somos humanos; todos temos gostos e preferências distintas que nos tornam únicos.
Ao ritmo que a vida corre lá fora, a nossa prestação neste pedaço de terra passa a ser cada vez mais exigente e, ao mesmo tempo passageira. É imperativo que estejamos mais contactáveis, sejamos mais versáteis em matéria de vivências pessoal e profissional. Cada vez somos mais empurrados para trabalharmos, de dia, num escritório e, findo o período regular de trabalho, comecemos a desempenhar funções de freelancer para a mesma entidade patronal. Quero com isto dizer que o horário de trabalho passou apenas, em grande parte dos casos, a ser significado de permanência física no local de trabalho. Com as capacidades tecnológicas ao nosso alcance, rapidamente são solicitados “favores profissionais” que se tornam, mais tarde, em obrigações.
Assim, será correcto termos um horário de trabalho semanal pré-definido quando trabalhamos muitas mais horas do que as estipuladas por lei? (In)felizmente não é este o tema desta semana, mas sim as ferramentas que temos ao nosso dispôr para o desempenho de funções fora do local (físico) de trabalho e de que forma estas nos poderiam trazer um real melhoramento da qualidade de vida.
Obviamente que este tema serve apenas para algúns, para algumas profissões, e para alguns casos em particular. Contudo há dicas e ferramentas que vos permitirão organizar o vosso trabalho de outra forma.
Pessoalmente, desenvolvo trabalho em vários locais, conjuntamente com várias entidades (distintas), considerando-me um profissional nómada. Antigamente andava “com a casa às costas”; queria ter toda a informação presente, não fosse faltar alguma coisa. Mais tarde optei por me libertar da dependência do software. O Microsoft Office facilmente passou a ser substituído pelo Google Docs, os discos externos e as pen drives foram substituídos pela utilização de sistemas Cloud… O importante é conseguirmos perceber quais são as nossas reais necessidades. É importante entregar um documento final, em versão PDF, com determinada formatação. Se ao invés de o fazer à noite depois de deitar os miúdos, o escrever durante o dia, em tempos mortos ou durante a hora do almoço, e utilizar as últimas horas do dia apenas para aplicar as formatações necessárias/em falta, rentabilizo o meu trabalho. Por outro lado, é muito provável que o software gratuito, acessível em qualquer máquina (incluindo tablets e smartphones que podemos usar no café ou até no WC) possa também permitir uma versão final igual à estipulada. Ou seja, perder um pouco de tempo para aprender outro software talvez não seja propriamente uma perda de tempo.
Como gerem o vosso tempo e as vossas tarefas? Sabiam que há software como o ASANA, com versões para computadores e dispositivos móveis, que nos permitem organizar tarefas pelo diferentes projectos dos quais fazemos parte? Usem uma viagem de autocarro ou comboio para verificar as tarefas realizadas e estruturar o resto do dia mediante as tarefas que faltam realizar.
É obvio que há profissões que não permitem tanta liberdade, mas até os fotógrafos começam a usar o smartphone para uso profissional. Há software de edição de imagem, de criação de publicações, …
De todas as necesidades que fui tendo, nos diferentes projectos que integro, muitos dos quais desempenhando funções em áreas tão distintas, nunca me deparei com uma necessidade que não pudesse ter sido (pelo menos parcialmente) resolvida apenas com smartphone/tablet.
Por mim, abdicava do local de trabalho. Mesmo dentro deste espaço fisico utilizamos sistemas de comunicação que podemos usar de uma forma não-presencial. Enviam-se ficheiros e provas por email (ou partilham-se numa qualquer “dropbox”), fala-se por telefone, reune-se via skype, … Será realmente importante estarmos fisicamente junto dos nossos colegas de trabalho? Compensa esta presença todo o tempo que passamos no meio do trânsito? Talvez se nos desprendêssemos mais e criássemos (cada qual criasse o seu) o melhor ambiente de trabalho, tivéssemos de trabalhar menos horas para conseguir, quem sabe, melhores resultados. Assim, seríamos mais felizes, teríamos mais tempo para nós …

 

Foto: Alejandro Escamilla

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