Aqui está a prova da existência na sétima arte, como em todas as manifestações artísticas e culturais modernas, de uma série de modelos standard impostos por um sistema responsável por atrofiar o potencial criativo das respectivas manifestações. Saliento o facto de que as pessoas, no geral, não gostam de ser surpreendidas, preferindo receber o que lhes é dado, repetido indefinidamente, até passar de moda. De outra forma um fenômeno como Pixels nunca poderia existir.

É chocante ver uma boa ideia, com qualidades suficientes para se fazer algo de diferente com ela, cair num registo totalmente bacoco e parvo. Obviamente que, conhecendo o tema, não se podia esperar uma obra de grande complexidade emocional ou intelectual, mas uma comédia não tem de ser estúpida para ser divertida, ainda para mais quando há um investimento notável na técnica explorada para tornar credível o universo de Pixels. Os efeitos especiais estão bem conseguidos, não só a um nível conceptual, como também na integração com a imagem real e a relação com o 3D (para quem tiver a oportunidade de ver a versão com óculos).

O humor de Pixels tem a habilidade de explorar as situações e as personalidades mais imbecis e ridículas que se podem imaginar, subvertendo uma série de valores da cultura popular norte-americana, de forma quase pornográfica, através de piadas, muitas delas políticas, com excessiva falta de gosto e de subtileza. E o mais grave é que estamos muito longe de um caso isolado e muito próximos da tendência global de estupidificar tudo ao máximo.

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