Desde Unforgiven de Cint Eastwood, o cinema western deu uma volta de cento e oitenta graus sobre si mesmo, e posicionou-se sobre o olhar crítico de quem realiza e questiona um género fossilizado num determinado padrão que se definia a ele próprio, procurando tirar o herói de cima do cavalo, de modo a humanizar aquele que antes era visto como um ser de habilidades invejáveis e uma moral inviolável.
Depois da façanha de Clint Eastwood, muitos outros realizadores o seguiram nessa aventura que é mostrar um faroeste sujo, árduo, e de condições de sobrevivência animalescas, onde a odisseia gloriosa e fantástica do cowboy é substituída por uma alegoria mundana de contornos mais sarcásticos que heroicos.
Slow West (A Caminho do Oeste), primeira longa metragem de John Maclean, segue esta nova visão do género, num ritmo lento, como indica o título, que não agarra de imediato a atenção de quem o vê, mas vai entranhando a vontade de espectar o final que se adivinha dramático e consistente com o âmago do enredo. É um filme que vence porque está seguro do seu final, e tudo o que faz para lá chegar esta bem feito, desde o cast à encenação dos momentos contados. No conjunto descobrimos ambientes de um realismo estranho, numa experiência que se encontra distante de nós mas, ao mesmo tempo, nos é familiar.
[counter type=’zero’ box=’no’ position=’left’ digit=’3′ font_size=” font_weight=” font_color=’ text=’Votação’ text_size=” text_font_weight=” text_transform=” text_color=” separator=’yes’ separator_color=” separator_border_style=”]