O tema com que nos confrontamos em A Humilhação é algo recorrente no mundo das artes narrativas: o desaparecimento daquilo que é mais precioso para um artista, a sua inspiração. Ver sumir algo tão único e surpreendente como o dom artístico, é tão fascinante como tentar decifrar a sua origem, possivelmente porque o seu desaparecimento nos proporciona, ou dá a ilusão disso, algumas pistas sobre o princípio que se esconde na sombra deste poder.
Talvez por ser um tema tão desejado, talvez porque uma obra auto-reflexiva exige algo extra do seu autor, o que é certo é que, por norma, o resultado raras vezes é positivo, por outro lado quando acerta, a obra ganha uma potência extra, e passa a oferecer grandes e estimulantes momentos.
O caso deste filme remete para o primeiro exemplo. Desde os primeiros minutos assistimos a uma criação totalmente descontrolada, disparatada e desequilibrada. Onde é para haver drama e tragédia humana, sentimos antipatia e repugnância, quando é suposto encontrar humor, resulta em estupidez e mau gosto.
Ter grandes nomes no cartaz, como Barry Levinson e Al Pacino, como realizador e actor deste filme, apenas fez crescer o gigante da expectativa para que a seguir, a queda seja ainda maior.
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