A primeira particularidade que chama a atenção neste documentário é a de não recorrer à imagem dos entrevistados. As respostas ao realizador estão gravadas, unicamente, no registo áudio e as imagens são todas elas recolhidas de fontes externas, colectadas para ilustrar aquilo que é dito nas entrevistas.
O facto de ser possível realizar um documentário sobre uma figura pública, como foi Amy Winehouse, recorrendo exclusivamente a vídeos captados pela família, amigos ou pelos meios televisivos, faz-nos repensar a questão da actual obsessão pela experiência registada e partilhada (sobretudo na TV e nas redes sociais). Não há momento algum, fundamental na narrativa de Winehouse, que não tenha sido filmado ou fotografado.
Infelizmente a realização não teve a perspicácia de fazer uma auto-análise sobre esta questão e o documentário fica reduzido a uma visão banal sobre uma pessoa cuja única qualidade, segundo nos é aqui apresentado, foi a sua capacidade vocal e autoral no mundo da música. Mas nem essa vertente é devidamente explorada, porque de musical tem muito pouco.
O filme termina sendo apenas mais uma reportagem da típica estrela mediática, com um estilo de vida controverso e com uma morte prematura, aos 27 anos.
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