A época balnear traz-nos coisas e aspectos tão bons que sempre almejamos por algo melhor… um retrato do Verão que todos temos, recordando a nossa meninice/início da juventude, é o desvario das corridas de bicicleta, e respectivos espalhanços, é o “assalto” às árvores de fruto da época, os carrinhos de rolamentos a rolar a alta velocidade, os piqueniques com a família, os passeios campestres e/ou – depende da região onde se cresce –, as idas à praia puramente inocentes, onde umas jogatanas de bola, umas boladas de raquetes ou, pura e simplesmente, um deixarmo-nos enrolar nas ondas do mar era a mais natural das diversões ou os primeiros cigarros e as primeiras imperiais.
Citando o Jorge Palma, parece que todo o bétinho, na época estival, quer ser um “personagem fora-da-lei”, extrapolando todas as suas frustrações nos indígenas de regiões turísticas um pouco por todo o país, de lés-a-lés. É sociologicamente interessante observar as hordas de malta que nem é, tipicamente, silly nem é completamente idiota nos seus comportamentos estivaleiros, serão os seres híbridos que habitam nesse meio-termo da estupidez e do caminho para o palácio da ébria sabedoria.
Os indicadores demográficos apontam, claramente, para que os silly, ou chili, predominem sobre os estivaleiros, mas também é bem provável que os híbridos tenham cada vez mais predominância nesta espécie de período de rest in peace, de suposto vivo descanso…
Para os indígenas é sempre chato aturar estas 3 espécies em vias de expansão, porém, para os negócios de estação é sempre bom ter carteiras recheadas, nem que a crédito seja, a lhes potenciar um Inverno descansado.
Pena é que não haja mais corridas de carrinhos de rolamentos, hordas de putos a varrer nespereiras e macieiras e malta a deixar-se enrolar nas ondas da suave rebentação do mar e da vida… seria tão bom que houvesse menos chili comportamentos e mais joie de vivre, ou como quem diz: mais primitiva curtição…
FOTO: Pineapple
Sempre textos e ideias 🙂 de enorme qualidade. Parabéns Amigo João.