A actriz que protagoniza Das 5 às 7 tem um grave problema no desempenho da personagem, o de estar constantemente a sorrir mesmo quando o momento exige outro tipo de atitude. Quer esta opção seja premeditada quer não, o certo é que acaba por infectar o resto do filme. Ou então, no sentido inverso, é o filme que de certa forma faz do rostro da actriz o reflexo de uma obra imperfeita.

A primeira parte está assente em dois estereótipos: de um lado o americano judeu conservador e do outro a libertinagem vaidosa da mulher francesa. A realidade actual do primeiro estereótipo é bastante duvidosa, basta ver os filmes de Woody Allen ou a série de Seinfeld, par​a​ perceber que o judeu Nova iorquino pode ser muito mais “sofisticado” do que aquilo que o filme demonstra. Mas independentemente disso, a forma excessiva que faz do perfil das personagens​, destrói qualquer oportunidade ao enredo de sair deste lado fossilizado pelo preconceito imposto.

É um problema muito comum na comédia romântica, tal como o esgar da modelo francesa, tanto quer agradar na sua simpatia, que quando pretende ser mais do que isso, já não consegue descontrair a cara para nos oferecer sentimentos mais subtis.

O investimento inicial que procura provocar o sorriso permanente no espectador leva a narrativa, necessária para o desenvolvimento da história, a cobrar com juros o investimento pouco arriscado do autor, fazendo com que no final o saldo se torne negativo.

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