Bonjour. Foi no maior palco do mundo para ver futebol que assisti a toda a histórica epopeia do Euro 2016. Esse espaço único onde brotaram fortes e inigualáveis emoções é a minha cozinha, área circunscrita com o frigorífico bem perto das minhas manápulas. Chamem-lhe uma parva superstição ou qualquer outra parvoíce, mas que resultou, lá isso é um facto.
Suponho que, a partir deste Verão de 2016, os meus vizinhos pensarão que coabitam com um louco de voz grossa e que pronuncia vernáculos a cada minuto de jogo. Eventualmente, pensarão que “ele é tão simpático quando o encontramos nas escadas, até se veste bem – aqui faço um auto-elogio ao ego –, e até cheira bem – neste ponto, refiro que o aroma agradável poderá ser pela manhã, porque ao final do dia diria que é mais um simpático bálsamo a azedo – e depois o rapaz transforma-se naquilo, que horror…”
Dou-lhes alguma razão, confesso que em matéria de jogos da nossa selecção sou um Tuga na verdadeira acepção da palavra. Visto a camisola das quinas, ponho as minis no frio muitas horas antes do jogo começar e gesticulo, grito, dou “ordens” para dentro do campo, chamo nomes, muitos, aos adversários, mas também aos nossos jogadores, aos árbitros nem vos digo o que lhes chamo, coitadas das suas mães…
Cada qual tem o seu escape. Sei que sou quase perfeito como o Ronaldo, quase… mas no que toca à equipa de todos nós sou isto. Sou assim, um bicho execrável. Mas, sabem que mais, sou uma besta feliz porque sou CAMPEÃO EUROPEU.
Era só isto.
Bem-hajam!