Mr. Holmes apresenta uma ideia muito curiosa, proposta pelo livro A Slight Trick of the Mind do qual foi adaptado, em que a personagem de Sherlock Holmes sai dos livros ficcionais, onde se contam as suas aventuras, para se transformar num ser “real” dentro de outra ficção, neste caso a do filme.

Isto permite uma série de jogos estruturais, onde a narrativa vai saltando no espaço e no tempo, encaixando as peças necessárias para Mr. Holmes resolver o mistério do seu último caso; ao mesmo tempo a personagem ganha uma dimensão humana, para além daquela que conhecemos do detective frio e calculista, fascinado com o seu próprio intelecto. Esta característica do enredo faz-nos recordar outro filme: The Hours, onde é a personagem Mrs Dalloway, criada por Virginia Woolf, o peão de uma lógica narrativa muito semelhante, engendrada pelos autores da obra.

Infelizmente Mr. Holmes está longe de chegar aos resultados conseguidos pelo filme anteriormente referido; embora a ideia seja semelhante, o ritmo não acompanha o potencial contido na sua génese, e nem sempre o lado ficcional da investigação se harmoniza com o lado humano da personagem. Durante a maior parte do tempo é enfadonho e desinteressante, com alguns lugares comuns, apesar da ideia original, e só levanta cabeça nos melhores momentos da interpretação de Ian Mckellen (actor que encarna Mr. Holmes), provando uma vez mais que é um dos melhores actores da sua geração.

É um filme difícil de avaliar, porque embora tenha algumas qualidades, com dificuldade superam os seus defeitos, de qualquer forma seria injusto não destacá-lo da média pela sua originalidade.

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