Neste segundo filme que Tommy Lee Jones realiza para o grande ecrã, o enredo é ambientado dentro da região americana do velho faroeste, composto por personagens castigadas por essas paisagens inóspitas, gente entregue a duras condições de vida, que as reveste de uma couraça de pó e sujidade e as impregna de uma alma rude e agressiva.
São ambientes e pessoas que não fogem muito aos da sua obra anterior, The Three Burials of Melquiades Estrada. Mesmo a personagem adoptada pelo próprio realizador/actor, soma uma séria de característas que o aproximam, claramente, à personagem que encarnou em 2005. Homem solitário, abandonado pela vida, que é incumbido por uma missão que lhe dá um propósito efémero, para alguns dias da sua insignificante vida.
Nenhuma destas coincidências, aqui apresentadas, servem de motivo para tornar este filme uma obra inferior a esse outro que o dista temporalmente de dez anos, mas a verdade é que The Homesman é uma obra substancialmente inferior. Fracassa em grande medida na tentativa de explorar o tema da loucura e como era encarada naquela época. Na tentativa de se encontrar com o sofrimento arrebatador com que se vivia a doença mental nessa época, o filme escorrega no mau gosto, criando situações que, embora angustiantes, pecam pelo seu lado grotesco. Além disso, as cenas que retratam o problema, estão mal cozidas no resto da narrativa, recorrendo muitas vezes a flashbacks injustificados, com o propósito de reforçar aquilo que já foi anteriormente explicado.
Paralelamente a isto temos a história contada pelo desempenho bem trabalhado por Hilary Swank, a espinha dorsal deste filme, que quando desaparece da trama, deixa a obra despencada, dependente apenas da personagem histriónica de Tommy Lee Jones, e das três loucas dependentes dele.
Infelizmente, embora com uma realização segura no lado técnico, o filme termina por não convencer, pelas suas graves debilidades de conteúdo e narrativa.
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