Antes de mais, queria realçar a dificuldade desta crónica. A mais difícil proposta em todos estes anos de escrevinhanço…
Sendo pai, um super-pai como se diz por aí. Isto porque, roça o senso comum, que os pais de gémeos são mais do que os outros, algo do que duvido sinceramente. Uma vez que ser pai seja de 1,2,3 filhos ou mais ou até de uma equipa completa de futebol será sempre uma tarefa de um super-pai. Tudo bem, aceito esse obstáculo por se celebrar esta data e pouco mais…
No meu caso particular, e olhem que não sou gajo para expor este género de situações, pelo menos para quem me conhece, direi que a tarefa de um pai, atentando à cada vez maior importância do pai no processo de desenvolvimento de uma criança ou jovem, será sempre um projecto moderno que implica desde a mudança das fraldas ao retirar das rodinhas da bicicleta ou até explicar os malefícios do tabaco, faz parte de toda uma aprendizagem…
No fundo, deixemo-nos de tretas, há também a mãe, e mãe, é mãe… poderemos ser uma espécie de CR7, que só dá meio toque na bola, um Tom Sawyer desengonçado, um Zorro com a máscara torta, acontece muito, ou uma Barbie com sobrancelhas grossas, ainda acho que como diz a canção “(…) nos desenhos animados o príncipe encantado volta sempre para mim(…) ” a mãe será sempre a mãe, mas estamos a escrevinhar sobre o papel do pai, o destaque da mãe fica para os restantes dia do ano…todos, ou quase todos…
O pai deverá ter, entre muitas outras, a tarefa do super-palhaço, o super-animador da casa, aquele indivíduo que nos anima e com quem poderemos contar nas horas de amargura, aliviando a mãe de algumas horas de conforto?.. Sim, claro que sim, mas também será aquele, que com os seus braços enormes, dá aquele abraço suado e forte e nos conforta nos momentos de maior aflição, o pai é, ou deverá ser, aquela fortaleza humana de segurança de respiração e sôfrego eterno que nos dirá que aqui o porto é seguro, que aqui ninguém nos toca…
Ou também, isto sim, deverá ser o elemento instigador das inevitáveis “macacadas” em público como a coreografia dos “desenhos animados”, já enunciadas, ou das mais puras parvoíces e, sempre que possível, chamando a mãe para o palco da família, esse estrelato do dia-a-dia, essa nunca contada história dos heróis desta vida.
Porque, no fundo, a vida é tão frugal, para pais e mães, que se não a observarmos com os olhos de uma criança passa-nos tão depressa à frente dos olhos que, rapidamente, já seremos os avós que fazem sopas e lanches à base de qualquer coisa com chocolate…
Foto: moveast.me